Foto: https://hurlinghampost.com
VIRGINIA CARESANI
( ARGENTINA )
Virginia Caresani nasceu em Buenos Aires em 1973.
É formada em Comunicação Social (UBA) e professora de Literatura. Frequentou a oficina literária de Hebe Uhart. Algumas de suas histórias foram publicadas nas antologias editadas por Blatt e Ríos: Cuaderno Nuevo (2012); Crônicas de Nuevas (2013) e na 10ª edição do prêmio Manuel Mujica Láinez editado por Notanpuan (2016). Atualmente é professora em escolas secundárias e cursa mestrado em Literatura Argentina na Universidade de Rosário.
Este é seu primeiro livro de poesia.
TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
BENDITO SEA TU CUERPO. Resumen del 1er Concurso Mundial de Poesia Erótica – Perú, 2007. Compilador: José Guillermo Vargas. Lima, Peru: Ediciones Ventana Andina, 2008. 358 p. 15 x 21 cm. No. 10 735 Ex. biblioteca de Antonio Miranda
DESAYUNO
Me sumerjo. Navego. Humedad
Parece que floto,
que nado en un río soñado,
pero no.
Estás humectándome e tu saliva,
untándome con tu lengua
como a una tostada.
Y tu boca resbala.
Y siento en esta parte del cuerpo
cosquillas.
Mis brazos abiertos.
Mis piernas crucificadas.
Y el placer
De tu boca mezclada
entre los dedos de mis pies.
Parece que vuelo.
parece que vuelvo
al vientre materno
Aguas termales.
Cimas volcánicas.
Magma que emana
del centro de mi cuerpo.
Calor.
Flotar en el limbo.
Caricia del universo.
El tiempo y el espacio
se materializan
como esos libros para niños
que levantan castillos
en el aire
¿Cuántos miles de cuerpos
se habrán unido antes que los nuestros?
Te siento hasta mis ancestros.
SIESTA
Deseo tu susurro persuasivo
tu perfecta autoridad en módicas cuotas.
Deseo tu frente bien al frente,
como tienen que ser todas las frentes.
Deseo esa tapa que te contiene,
un puente a tu alma despareja,
en la que me voy deslizando agazapada
hasta entrarte por la espalda.
Deseo tu humor irreverente,
paradoja de baldos floja.
Y esta costumbre vital de exorcizar
la conversación con una broma.
Deseo tu parte de la columna,
pilar fundamental de mis tristezas.
Y ese abrazo como recurso renovable
que me obliga a descansar aunque no quiera.
Deseo en realidad tu paciencia,
esa increíble enormidad que desespera.
Ese arma mortal que no me deja
enojarte un poco siquiera.
Deseo también tu energía,
resorte de tus manos en las mías,
y la danza primitiva de colchones
que se mezclan cada noche.
Te quiero y espero encontrarte
un día de estos
en la esquina esperándome de negro
y yo de opuesto, cantando algo.
Y hacer un nido,
en cualquier árbol.
Pero comprendo que soy una loba
Eternamente encerrada
en un círculo de fuego
que se conforma con el humo
y lo toma por bueno.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
CAFÉ DA MANHÃ
Eu mergulho. Umidade
Parece que flutuo,
que nado em um rio sonhado,
mas não.
Estás hidratando-me em tua saliva,
manchando-me com tua língua
como a um brinde.
E tua boca resvala.
E
E sinto nesta parte do corpo
cócegas.
Meus braços abertos.
Minhas pernas crucificadas.
E o prazer
De tua boca mesclada
entre os dedos de meus pés.
Parece que vôo.
parece que volto
ao ventre materno.
Águas termais.
Cúpulas vulcânicas.
Magma que emana
do centro de meu corpo.
Calor.
Flutuar no limbo.
Carícia do universo.
O tempo e o espaço
se materializam
como esses livros para crianças
que levantam castelos
no ar
Quantos milhares de corpos
se uniram antes que os nossos?
Eu te sinto até os meus ancestrais.
SONECA
Desejo teu sussurro persuasivo
tua perfeita autoridade em módicas quotas.
Desejo tua face bem na frente,
como têm que ser todas as frentes.
Desejo essa capa que te contém,
uma ponte à tua alma desigual,
na que me vou deslizando agachada
até entrar em ti pelas costas.
Desejo teu humor irreverente,
paradoxo de careca preguiçosa.
E este costume vital de exorcizar
a conversação com uma piada.
Desejo uma parte de tua coluna,
pilar fundamental de minhas tristezas.
E esse abraço como recurso renovável
que me obriga a descansar embora eu não queira.
Desejo na realidade tua paciência,
essa incrível enormidade que desespera.
Essa arma mortal que não me deixa
te enraivecer um pouco sequer.
Desejo também tua energia,
resort de tuas mãos nas minhas,
e a dança primitiva de colchões
que se misturam a cada noite.
Eu e quero e espero encontrar-te
um dia destes
na esquina esperando-me de negro
e eu no oposto, cantando algo.
E fazer um ninho,
em qualquer árvore.
Mas entendo que sou uma loba
Eternamente encerrada
em um círculo de fogo
que se conforma com o humo
e o toma como sendo bom.
*
VEJA e LEIA outros poetas da ARGENTINA em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/argentina/anrgentina.html
Página publicada em junho de 2024
|